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terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Culto da Incompetência

A política de ontem e hoje analisada em:

O Culto da Incompetência

A leitura do texto que ora se publica, não obstante o seu quase século de existência, impõe-se hoje mais do que nunca perante a crise de valores que a sociedade presentemente atravessa.

Émile Faguet reflecte sobre as virtudes e defeitos da Democracia, com base na evolução histórica de vários regimes, desde a antiguidade grega até ao início do séc. XX, e na conceptualização de vários pensadores, de Platão a Montesquieu, de Maquiavel a Stuart Mill, chegando a conclusões surpreendentes que nos ajudam a perceber a génese do mau funcionamento das instituições de uma forma geral.

O retrato é claramente actual: o culto da incompetência e a escassez de valores de excelência que o autor identificou há cem anos atrás mantêm-se e grassam como uma epidemia.

Excerto:

“O povo gosta que os seus eleitos se lhe assemelhem, que tenham os sentimentos e as paixões populares. Porém governar é uma arte e pressupõe uma ciência; mas, a representação do 'país', está reservada aos incompetentes, representação que tudo quer fazer e faz tudo mal, governando, administrando e espalhando a incompetência e a paixão no governo e na administração.

Assiste-se hoje ao espectáculo de um povo governado por homens sem arte nem ciência, escolhidos precisamente por essas qualidades negativas.

Homero dizia que Zeus, fazendo do homem um escravo, lhe tirava metade da alma; nós diremos que Dêmos, fazendo de um homem um político, tira-lhe toda a alma, e que, não o fazendo político, comete o erro de lha deixar.

O regime, no fundo, é isto: os deputados espalhando favores para serem eleitos e reeleitos; os eleitores influentes pondo a sua influência, quer pessoal, quer de funcionários, ao serviço dos deputados para obterem favores, e fazendo uns e outros um bloco para defesa dos interesses comuns.

O culto da incompetência é como uma nódoa de azeite; propaga-se por contágio, sendo bastante natural que, sendo endémico, seja também epidémico, e que, encontrando-se no centro e núcleo do Estado, isto é, na constituição deste, se transmita e alastre nos hábitos e costumes do país.”

[Isto tem se passado por gerações e com o tempo tem se agravado, por conta disto estamos regredindo, e por culpa de nossos governantes e legisladores desprovidos de inteligência, o máximo que podemos progredir é nos manter estagnados.]

Fonte: Cultura Online [Irônico não?]

*Entre colchetes por minha conta.

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