O signatário do blog teve um pesadelo esquisito. Uma delegação pluripartidária bateu à porta de sua casa no meio da noite. Lideranças do PT, PSDB, PMDB e DEM haviam lançado o nome do bloguista como presidenciável de união nacional.
Uma solução apartidária, concebida para evitar que a nação se dividisse num encarniçado plebiscito, a era Lula versus o período FHC. Àquela altura, Serra e Dilma, informados da novidade, já haviam retirado suas candidaturas.
O bloguista ensaiou resistência: Por que eu? Os emissários não se deram por achados: Ora, você não critica todo mundo? Não diz que está tudo errado? Pois então...
Tudo transcorreu no tempo do sonho, que não costuma respeitar as fronteiras do calendário gregoriano.
Pela manhã, uma multidão já se aglomerava defronte da casa. Da janela, o bloguista dirigiu uma primeira conclamação ao povo: “Não destruam o meu jardim!” Estava consumada a candidatura compulsória. Não sem uma exigência: liberdade para escolher o vice e compor a equipe ministerial.
Eleito em votação consagradora, o bloguista manteve os ministros de Lula. Só pelo prazer de demiti-los depois da posse. Primeiro o Mantega. Depois o resto. Recebida a faixa presidencial das mãos de Lula, consumadas as nomemações, seguidas da exoneração coletiva, veio o discurso de posse.
O bloguista prometeu sangue novo, suor morigerado e lágrimas de felicidade. Uma onda venturosa como nunca antes fora visto na história desse país. À noitinha, tudo encaminhado, hora de partir para a primeira viagem internacional. Um mês pela Europa, que o presidente não é de ferro.
Ao pé da escada do AeroSouza, o bloguista se preparava para transmitir o cargo ao novo vice-presidente da República, José Sarney.
Súbito, acordou do pesadelo. Ufa! Refeito do susto, dormi novamente.
Texto original de Josias Souza
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