De O Diário
O aterro da Ambisul, em Sarandi recebeu, ontem, o primeiro caminhão com o lixo de Paiçandu. Segundo informações de funcionários da empresa, a expectativa é de que cerca de vinte toneladas diárias de resíduos sejam depositadas no aterro. Um contrato emergencial, que prevê o recebimento de até 25 toneladas diárias, por noventa dias, foi assinado semana passada entre a direção da Ambiental Sul Brasil (Ambisul) e a Prefeitura de Paiçandu.
Representantes do poder público, entidades e associações de moradores de Sarandi, protestaram contra a vinda do lixo e prometeram barrar os caminhões de Paiçandu, o que ontem não ocorreu. O prefeito do município, Carlos Alberto de Paula Júnior (PDT), chegou a declarar que não admitiria a entrada de caminhão algum de lixo de Paiçandu na cidade dele, mas ontem reconheceu que, legalmente não pode fazer nada para evitar.
"A empresa está legalizada, tem as licenças ambientais e eu não posso fazer nada contra isso. Agora, volto a frisar que sou terminantemente contra a vinda do lixo para a nossa cidade e vou lutar contra isso", destacou. Para Carlos de Paula, o prefeito de Paiçandu, Vladimir da Silva (PMDB), e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) deveriam ter consultado ele sobre a ida do lixo para Sarandi.
Protesto
Como é inviável barrar os caminhões legalmente, políticos, entidades e moradores de Sarandi se mobilizam para evitar o depósito dos resíduos, fazendo pressão popular. Um protesto está marcado para hoje, a partir das 16 horas.
Segundo informou o vereador Aparecido Bianco (PT), será feita uma concentração na frente da Câmara e em seguida os moradores vão fazer uma carreata até o aterro da Ambisul.
Bianco disse que a adesão ao protesto é grande e a expectativa é de que mais de cem pessoas participem do movimento. "Não queremos o lixo de Paiçandu aqui e precisamos que o município estatize (sic) o aterro", defendeu. O aterro de Sarandi foi privatizado em 2007 na administração do ex-prefeito Cido Spada (PT).
O aterro da Ambisul (antiga Pajoan), fica na zona rural, em uma área de 14 alqueires. Tem licença ambiental para o recebimento de 80 toneladas de lixo doméstico por dia e recebe cerca de 40 toneladas produzidas em Sarandi, além de resíduos dos grandes geradores de Maringá.
A reportagem tentou ontem novamente entrar em contato com o prefeito de Paiçandu, Vladimir da Silva (PMDB), mas ele não atendeu às ligações.