Por Natália Magalhães – Acadêmica de Psicologia em Maringá
“Olá, sou portadora de necessidades especiais (cadeirante) e participei de uma promoção de uma rádio de grande audiência da cidade de Maringá para ir a um show que irá se realizar dia 03/04/2010. Fui contemplada na promoção, porém os organizadores do evento não providenciaram um local reservado para pessoas portadoras de necessidades especiais, pois não contavam com este público. Também não estava especificado no regulamento da promoção que deficientes não poderiam participar de tal. Bom, o fato é que, fui até a rádio e expus a minha situação. A promoção era pra ir de ônibus da sede da rádio até o local do show, porém expliquei que por conta da minha condição não posso andar em poltronas por causa da má postura e tudo o mais. A pessoa que me recebeu falou pra mim que ia ver o que poderia ser feito. Bem, ontem (30/03) à tarde, me ligaram e disseram que poderia buscar o ingresso de pista, mas que eu poderia ficar na área vip, onde provavelmente eu não ficaria segura, pois também teria bastante gente nessa área e que também eu teria que bancar um acompanhante para ficar comigo caso acontecesse alguma coisa. Falei se minha mãe poderia buscar o ingresso e me disseram que sim, pediram o nome completo dela e disse que era só passar lá pra pegar até sábado às 16h. Hoje(01/04) quando ela foi lá pra pegar o ingresso, a recepcionista falou em tom de descaso pra minha mãe que eles não estavam dando ingresso pra ninguém e, quando minha mãe disse que eu já havia ido lá e conversado com a mulher que provavelmente realizou o sorteio e que ela havia dito que minha mãe poderia ir lá pegar, a recepcionista falou: “já sei de quem se trata, não precisa discutir”. Eu não estava junto, mas minha mãe disse que ela falou como se estivesse a se referir a pessoa mais “barraqueira” do mundo, no caso eu.
Pois bem, gostaria que meus direitos fossem respeitados, pois há o decreto Nº. 5.296 de 2 de dezembro de 2004, artigo 23, parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º, que garante que qualquer pessoa, portadora de qualquer tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida tem direito a dois por cento de espaço reservado e de boa visibilidade em eventos também privados.
Entendo que é um evento privado, do tipo “vai quem quer e se adeque a situação”, mas as pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência e com mobilidade reduzida têm direito a espaço reservado, e nisso os organizadores do show não pensaram o que em minha opinião, é uma falta de respeito e também descaso para com esta parcela da população.
Bom, o meu objetivo não causar confusão nem difamar ninguém, só estou lutando por um direito que eu sei que tenho e que, se todos que passam por situação parecida ficam quietos, abaixam a cabeça, as coisas nunca vão mudar.
Mas o fato é que tenho os meus direitos e só quero que estes sejam respeitados. Bom, estou contando tudo isso, para que este fato não se repita com outras pessoas na mesma condição que eu. Espero estar contribuindo para que outras pessoas lutem por seus direitos também.”
Comentário do Sonambulo: Sem comentários…