A Comissão de Reforma Política do Senado aprovou nesta terça-feira o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais brasileiras. Em mais de duas horas de reunião, não houve consenso sobre as mudanças no sistema eleitoral do país - o que vai resultar em um novo encontro da comissão na quinta feira para que os senadores decidam entre os três sistemas mais votados na reunião de hoje. O sistema escolhido por 5 dos 15 membros da comissão foi o voto proporcional com listas fechadas - que mantém o atual modelo eleitoral do país, mas os eleitores passam a votar nos partidos e não mais diretamente nos candidatos. Como não houve maioria absoluta em favor do voto proporcional com listas fechadas, haverá uma nova votação.
Com o apoio de quatro senadores, o sistema de voto distrito misto com listas fechadas estabelece que parte dos deputados será eleita pelo voto proporcional - e outra pelo voto majoritário. O partido vai apresentar seu candidato em cada distrito e o mais votado em cada um será eleito - com base na distribuição proporcional. Já o chamado "distritão" também recebeu quatro votos, por isso vai disputar com os dois sistemas anteriores o apoio da maioria da comissão. Nesse modelo, os Estados e o Distrito Federal são transformados em distritos, com a eleição de seus representantes pelo voto majoritário.
A comissão rejeitou outras quatro propostas que modificam o sistema eleitoral brasileiro, entre elas as que estabelecem listas abertas - seja no sistema majoritário ou proporcional. Nas listas abertas, os eleitores votam nos candidatos e não diretamente nos partidos. Diante do impasse, o Senador Itamar Franco (PPS-MG) não escondeu o pessimismo com os resultados da comissão. "Ficou provado que essa reforma não sai. É por isso que não temos uma reforma política desde 1993", afirmou. O Presidente da Comissão, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), disse que os senadores terão que apoiar uma das três propostas vitoriosas - mesmo que sejam contrários a elas. "Quem não estiver de acordo, vai ter que se abster", afirmou.
Se o texto aprovado na comissão for mantido pelo Congresso, os partidos políticos ficam proibidos de formar coligações nas eleições para a Câmara dos Deputados, Assembleias e Câmaras de Vereadores. Ficam mantidas as coligações somente nas eleições majoritárias - Presidente da República, Governos Estaduais, Prefeitos e Senado. "Sou absolutamente contra as coligações, que se transformaram em um mercado paralelo para tempo no horário gratuito de rádio e TV. Não se fazem mais por princípios, mas pela propaganda partidária", disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Reportagem UOL
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