Por Malu Pedarcini
Para quem preza a liberdade, ler o livro “Arquipélago Gulag” é um exercício de coragem. Escrito por Alexander Soljenítsin (1918-2008), entre 1958 a 1967, a obra de 1800 páginas relata a sua experiência nos gulags (campos de concentração e trabalho forçado na antiga União Soviética). Durante mais de uma década Soljenítsin esteve preso em Kolima, um dos campos do arquipélago, por ter feito críticas ao governo do ditador Josef Stálin.
O livro, publicado no Ocidente somente em 1973, traz à tona as atrocidades praticadas pelo potente braço armado de Stálin. Ele mostra em toda a sua crueza os métodos nada ortodoxos de coação e tortura. Em certa parte do livro o autor lista esses métodos que deixariam até a pessoa mais insensível trêmula. A obra também traz depoimentos dos 227 prisioneiros e reproduz conversas ouvidas pelo autor durante sua estada no Kolima.
Para quem não conhece a História, poderia imaginar-se diante de um livro de terror, com tudo que isso implica. Historiadores comparam esse período por qual passou Soljenítsin aos da Inquisição na Idade Média. É um livro para ser lido por quem tem sangue-frio o bastante para fazer uma interpretação correta, pois suas páginas trazem histórias de vidas destruídas por anos de humilhação, tortura e falta de dignidade humana.
Logo na dedicatória você terá um exemplo disso, pois Soljenítisin diz: "Dedico este livro a todos quantos a vida não chegou para o relatar. Que eles me perdoem não ter visto tudo, não ter recordado tudo, não me ter apercebido de tudo."
Ler “Arquipélago Gulag” é entender que o mais importante para o ser humano é a liberdade. Liberdade essa, não somente física, mas de ideias, de pensamentos.
*Hoje, em Sarandi, existem pessoas agindo com os mesmos propósitos e métodos de Stálin, e tentam a todo custo usurpar o direito de liberdade de expressão, mas este bloguista não irá se curvar diante de um Porco Capitalista que age á moda Stalinista.
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